**PUBLICIDADE
Publicidade

Situação Financeira Mundial


Publicado em 13 de junho de 2023
Por Jornal Do Dia Se


Saumíneo Nascimento – saumineon@gmail.com

Passarei adiante algumas informações relevantes da situação financeira mundial, conforme resenha recente apresentada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
De acordo com o FMI, eventos recentes mostraram que os bancos centrais e os formuladores de políticas podem lidar com um estresse financeiro considerável sem comprometer sua postura de combate à inflação.
O FMI destaca em sua resenha que reguladores e bancos centrais conseguiram conter o contágio do colapso do Silicon Valley Bank e de outros bancos regionais dos EUA, bem como do Credit Suisse na Suíça, sem recuar no front da inflação. O mesmo se aplica às ações do Banco da Inglaterra para interromper a liquidação nos mercados de títulos que se seguiram à proposta de corte de impostos do governo do Reino Unido em setembro passado.
No relatório é comentado o que ocorreu na durante a crise financeira global de 2008, quando as políticas em busca de preços e estabilidade financeira foram alinhadas. Naquela época, à medida que a atividade econômica vacilava, a principal questão para a estabilidade de preços era como apoiar a demanda agregada para evitar a deflação e a recessão. Do lado da estabilidade financeira, a principal preocupação foi evitar maiores dificuldades financeiras. A flexibilização agressiva da política monetária permitiu a prossecução simultânea de ambos os objetivos.
Ao obter estas informações do FMI, verifica-se que existe uma ação coordenada entre Bancos Centrais, que convivem mundialmente com inflação persistentemente alta. Segundo a entidade internacional, os bancos centrais tiveram que aumentar as taxas de juros de forma agressiva para esfriar a atividade e trazer a inflação de volta à meta.
No Brasil para que a população entenda melhor esta situação, a autoridade monetária local, o Banco Central do Brasil, está promovendo uma série de eventos, visando orientar os cidadãos sobre o tema. Um exemplo é a uma live que ocorreu em 5 de junho de 2023, abordando, política monetária, regime de metas e expectativas, real digital, Pix, Open Finance, mercados de crédito e de câmbio, estabilidade financeira, moedas comuns entre países, educação financeira e outros temas que afetam o dia a dia dos cidadãos.
Na visão do FMI, após um longo período de inflação e taxas de juros baixas e estáveis, muitas instituições financeiras tornaram-se complacentes com os descasamentos de maturidade e liquidez. As taxas de juros em rápido aumento estressam os balanços patrimoniais de instituições financeiras bancárias e não bancárias expostas por meio da queda nos valores de seus ativos de renda fixa e aumento dos custos de financiamento. Se não forem mitigados, eles podem ameaçar a estabilidade financeira geral.
No Brasil a estabilidade financeira pode ser analisada de forma mais completa através do Relatório de Estabilidade Financeira (REF) que é uma publicação semestral do Banco Central do Brasil (BC) que apresenta o panorama da evolução recente e as perspectivas para a estabilidade financeira no Brasil, com foco nos principais riscos e na resiliência do Sistema Financeiro Nacional (SFN), bem como comunica a visão do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) sobre a política e as medidas para preservação da estabilidade financeira.
Cabe destacar que o Banco Central do Brasil define estabilidade financeira como a manutenção, ao longo do tempo e em qualquer cenário econômico, do regular funcionamento do sistema de intermediação financeira entre famílias, empresas e governo.
A boa notícia do último relatório de estabilidade financeira que foi divulgado em maio/2023, aponta que análises realizadas pelo BC continuam indicando não haver risco relevante para a estabilidade financeira no Brasil. Os testes de estresse de capital e de liquidez demonstram que o sistema bancário se mantém resiliente. O SFN permanece com capitalização e liquidez confortáveis e provisões adequadas ao nível de perdas esperadas.
Na esfera mundial, segundo o FMI, os bancos centrais precisam distinguir entre momentos em que o estresse financeiro permanece modesto e momentos de estresse financeiro elevado ou crises financeiras agudas.
A realidade mundial apresentada pelo FMI é a de que os aumentos na taxa básica de juros são transmitidos à economia real, em parte, pelo aumento dos custos dos empréstimos para famílias e empresas. Se esse modesto estresse financeiro levar a um enfraquecimento inesperado da demanda agregada, a trajetória da taxa básica de juros pode ser ajustada, mantendo a produção e a inflação em geral na mesma trajetória.
Segundo o FMI, os bancos centrais adotaram essa abordagem no passado. Por exemplo, o Federal Reserve dos Estados Unidos suspendeu o aumento das taxas no início da década de 1990, quando enfrentou uma iminente crise de crédito, embora a inflação estivesse bem acima dos níveis desejados.
O FMI aponta outras ferramentas além da taxa básica de juros que podem ser usadas para conter o estresse financeiro. Por exemplo, empréstimos de emergência na janela de desconto ou por meio de mecanismos de liquidez de emergência podem fornecer suporte, enquanto as ferramentas macroprudenciais, quando disponíveis, podem ser afrouxadas. Em princípio, o uso de ferramentas de estabilidade financeira relativamente padronizadas, sem a necessidade de apoio fiscal adicional, deve ser suficiente no caso de um aumento modesto do estresse financeiro, permitindo que a política monetária se concentre na inflação.
Entendo que repassar referidas informações auxiliam no entendimento dos desafios existentes para o estresse financeiro que estamos vivendo mundialmente. O importante é que o Brasil está conseguindo passar pelo processo com a estabilidade financeira sendo mantida. (Republicado por incorreção)

**PUBLICIDADE



Capa do dia
Capa do dia



**PUBLICIDADE


**PUBLICIDADE
Publicidade