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Uma pulga atrás da orelha: ainda sobre o debate na TV Atalaia
Publicado em 28 de agosto de 2024
Por Jornal Do Dia Se
Comumente, as candidaturas que se recusam a participar de debates são aquelas cujos estrategistas as considera em confortável vantagem. Essa não parece a motivação do PCO. Já a ausência de Yandra, deixa uma pulga atrás da orelha
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* Antonio Passos
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Uma amiga minha há mais de 40 anos, pessoa firme que nunca se deixou levar pelas seduções da politicagem, comentou assim o primeiro debate entre candidatos à Prefeitura de Aracaju:
“Pra quem viu e ouviu, para quem só ouviu… quais foram as propostas? Viu-se acusações… escudos que foram usados como referencial; ou melhor, sombras do passado, sem falar na ausência de candidata. Aracaju disputada por muita força no discurso e poucas ou nenhuma proposta plausível…”
Essa é uma opinião que importa, porque vem de uma eleitora sem vínculo prévio com nenhuma das candidaturas e a espera de propostas que a animem para decidir em quem votar. Esse é o perfil da faixa do eleitorado que se decide pelo que vê e ouve durante a campanha.
Quando pude ligar a TV o apresentador estava convidando os presentes para as considerações finais: foi tudo o que vi. Só o restinho, mas, algo transpirou naquelas imagens e falas de pouco mais de um minuto.
Candisse e Niully, em que pese as diferenças estruturais de suas candidaturas, buscaram assumir e passar um tom de alegria e confiança. Zé Paulo e Emília, pelo contrário, apresentaram caras e palavras sisudas. Danielle variou entre os dois caminhos.
Emília Corrêa confrontou o disparo nas redes sociais, antes do debate, acusando-a de buscar favorecimento por meio de contato com um jornalista do canal de TV. A denúncia, visivelmente, tirou a candidata do sério.
Em tom mais para o tenso que para a descontração, Luiz Roberto sintetizou aquilo que deverá mesmo ser o eixo da campanha dele: o elogio à gestão do padrinho Edvaldo Nogueira e o apelo à continuidade administrativa como principal requisito.
Nenhuma novidade no ar! Nenhum dos candidatos ou candidatas rompeu a barreira do previsível. A monotonia dos estilos favorece aos bichos papões da campanha, às candidaturas estribadas para fazer o jogo bruto que não aparece na TV.
Minha amiga registrou uma falta: “sem falar na ausência de candidata”. Porém, ao menos no bloco final eram duas as cadeiras vazias, dos pleiteantes Yandra Moura e Felipe Andrade. Se foram divulgadas justificativas, eu não as alcancei.
Comumente, as candidaturas que se recusam a participar de debates são aquelas cujos estrategistas as considera em confortável vantagem. Essa não parece a motivação do PCO. Já a ausência de Yandra, deixa uma pulga atrás da orelha.
* Antonio Passos é jornalista