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Uma sombra de dúvidas


Publicado em 16 de julho de 2022
Por Jornal Do Dia Se


“O assassino foi até o local da festa com o fim exclusivo de provocar o petista”

Um inquérito apressado, encerrado em tempo recorde, chegou a conclusão contrária às evidências reunidas pela delegada à frente do caso. Foi no Paraná, onde um policial bolsonarista invadiu uma festa de aniversário com decoração alusiva ao presidente Lula, partiu para cima do aniversariante e o matou a tiros. A vítima era um guarda municipal filiado ao PT.
Imagens e depoimentos recolhidos pela delegada Camila Cecconello não deixam margem para dúvidas. O assassino foi até o local da festa com o fim exclusivo de provocar o petista. A discussão deu lugar à ameaça de morte. Após deixar mulher e filha em casa, o policial bolsonarista retorna armado ao local do crime, onde realiza vários disparos.
A delegada reconhece que a divergência política está na origem de desavença, mas atribui o desfecho trágico a uma escalada na discussão, a fim de caracterizar o delito como homicídio qualificado, descartando, contudo, o crime de ódio. A contradição, assim como as nuances políticas do incidente, é flagrante.
Pior do que a conclusão mal ajambrada de um inquérito policial, contudo, é a suspeição generalizada que hoje pesa sobre instituições fundamentais ao funcionamento regular da República. Paira agora sobre a Polícia Civil do Paraná a mesma sombra de dúvida que envolve as Forças Armadas, tragadas para o vórtice da disputa partidária. Ninguém sabe se os soldados e tanques do exército brasileiro servem ao projeto pessoal do presidente da República ou à Pátria.

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