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VALADARES DIZ QUE AMORIM PREJUDICA O ESTADO


Publicado em 12 de maio de 2013
Por Jornal Do Dia


O SENADOR VALADARES

O senador Valadares discursa no plenário do Senado

Ex-parceiros de chapa nas eleições de 2010, quando foram eleitos com uma votação fulminante, os senadores Eduardo Amorim (PSC) e Antônio Carlos Valadares (PSB) estão em uma guerra aberta, que se intensificou nos últimos dias por conta de polêmicas sobre a atuação da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco), cuja superintendência regional é ocupada por gestores ligados ao PSB. E o pano de fundo desta rixa é a disputa pelo cargo de governador nas eleições de 2014, na qual os senadores são pré-candidatos.

Em entrevista ao JORNAL DO DIA, Valadares se esquivou de aprofundar as razões deste embate e indicou que pode não disputar um segundo mandato de governador (o primeiro foi entre 1987 e 1991), pois trabalha para manter a aliança entre PSB, PT, PC do B e PMDB. No entanto, o socialista não poupou munição contra Amorim, a quem acusa de prejudicar os interesses do Estado e enfraquecer a Codevasf. Para Valadares, o senador do PSC pode "sonhar" com o governo, mas agir com "humildade". Confira a entrevista:

JORNAL DO DIA – O senador Amorim está em plena campanha para o governo do Estado e, nesse momento, escolheu o senhor como adversário. O senhor poderia vir a ser candidato a governador em 2014?
Antônio Carlos Valadares – O senador Eduardo Amorim tem todo direito de sonhar em ser governador. No entanto, entre o sonho e a realidade às vezes, por estratégias equivocadas, surgem no caminho alguns obstáculos e uma distância amazônica. Para transpor tudo isso, é preciso muita humildade e espírito elevado. As coisas pequenas, como o ciúme e a paternidade das ações, não engrandecem nem levam a lugar algum. Considerei de extrema prepotência as suas atitudes com relação ao Hospital do Câncer, Proinveste e, ultimamente, sua intromissão para enfraquecer a Codevasf. O senador nunca deu bolas à situação de extrema pobreza do Baixo São Francisco. Quando viabilizamos recursos federais da ordem de R$ 100 milhões para a revitalização dos perímetros ali existentes, de repente ele descobre que a região está abandonada, e quer porque quer trazer o presidente da Codevasf para debater questões já levantadas há décadas pelos ribeirinhos, e cujas demandas já estão sendo atendidas com a execução de obras, muitas das quais já estão em pleno andamento. A concretização desse sonho de tantos anos significa a redenção do Baixo São Francisco, com o incremento da produção de arroz, geração de milhares de empregos, e maior arrecadação para os municípios que integram os perímetros. Numa situação como essa, deveríamos todos estar unidos, trabalhando por um mesmo propósito, ao invés de incentivar picuinhas que só fazem atrapalhar os projetos para o desenvolvimento do Estado.

JD – O senhor acha que ainda é possível manter em Sergipe a aliança com o PT e o PMDB?
Valadares – Estou trabalhando junto ao nosso partido para que essa aliança entre PSB, PT, PMDB, PCdoB e PDT, que se tornou histórica em nosso Estado, permaneça nas eleições de 2014. Não vejo razão para que essa aliança que tanto contribuiu para Sergipe ao longo de tantos anos, possa ser agora partida.

JD – O presidente nacional do PSB, governador Eduardo Campos, ensaia disputar a presidência da República. Isso poderia dificultar a manutenção da aliança com Marcelo Déda e Jackson Barreto? Seria possível montar dois palanques em Sergipe?
Valadares – Acho que o nosso presidente do PSB, Eduardo Campos, é um dos quadros mais valorosos da política nacional. Devemos avaliar, no momento próprio, com responsabilidade e espírito público, candidaturas alternativas. Quando for consultado darei a minha opinião e garanto que ela será dada em estrita observância aos preceitos da boa convivência com a linha partidária que estamos adotando no Estado e do fortalecimento daquilo que construímos com Lula e Dilma.

JD – A oposição, tanto a nível nacional quanto local, tenta mostrar que o País e o estado enfrentam um caos, mas a população parece não sentir isso. Na sua opinião, quais os principais problemas enfrentados no Brasil e especialmente em Sergipe?
Valadares – É um discurso catastrófico esse de afirmar que o nosso País enfrenta um caos. A presidente Dilma tem assumido posições corajosas para manter a nossa economia funcionando de forma equilibrada, combatendo a inflação – que é o imposto mais perverso, principalmente porque os mais atingidos são os mais pobres. O crescimento econômico deve ser uma meta permanente, mas isso deve se dar com as cautelas necessárias visando a proteção do consumidor, e evitar a alta exagerada dos juros que incidiriam sobre as empresas e o emprego. No Brasil, como em Sergipe, a meu ver dois problemas que mais desgastam os nossos governantes, são a saúde e a segurança pública. No que toca à saúde, as demandas crescem de forma desproporcional às fontes de financiamento. E ainda existem problemas de gestão.

Quanto à segurança, a polícia está ganhando bem melhor do que antes em nosso Estado. A estrutura de combate ao crime tem sido fortalecida com o apoio aos órgãos de inteligência, equipamentos e viaturas, modernizando a ação da segurança. No plano do desenvolvimento econômico, esperamos que haja uma grande alavancagem no interior com a execução do projeto Xingó, uma parceria entre o Ministério da Integração e o governo Déda.

JD – O senhor já exerceu todos os cargos eletivos no Estado de Sergipe e está no terceiro mandato consecutivo como senador. Quais são os seus planos futuros?
Valadares – Os meus planos de agora não são muito diferentes daqueles que pretendo realizar no futuro. É continuar exercendo com afinco esse terceiro mandato de senador. Tudo farei para continuar a merecer o respeito e a confiança dos meus conterrâneos de Sergipe, agora e no futuro. Eu estou no terceiro mandato de senador sem nunca ter comprado um único voto.

JD – O senador Amorim insinua que os políticos veteranos deveriam se aposentar e abrir espaço para os mais novos. O senhor acha que há idade para boas ideias na política?
Valadares – Não é a idade que comanda a cabeça. Quem tem boas ideias e não se perde em ouvir os áulicos, será sempre requisitado pelo povo para assumir responsabilidades.  A vida tem me proporcionado posições que sempre procuro dar conta. No dia que esse rendimento não puder mais ser alcançado serei o primeiro a lançar a toalha. A criatividade aflora a toda hora e a toda instante quando não somos invadidos pelo sentimento destrutivo da inveja e do ciúme. Ser novo é ser aberto para o tempo, é não atirar na experiência, é não desprezar os mais velhos, é saber enaltecer e exaltar a competência, e é estar permanentemente se renovando. Finalmente, ser novo é ser ético, é ter zelo pelo dinheiro público, é respeitar e não querer ofender, estimulando campanhas contra adversários só para tirar proveito político.

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