Quinta, 22 De Maio De 2025
       
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4 FORMAS DE VOCÊ SE RELACIONAR COM A SUSTENTABILIDADE


Publicado em 15 de fevereiro de 2020
Por Jornal Do Dia


 

* André Giordani
O desenvolvimento vertiginoso da ciên-
cia e da tecnologia a partir do século 
20, serviu tanto para promover a melhoria da qualidade de vida, quanto para ampliar a nossa capacidade de autodestruição. Não estou falando apenas da ameaça de guerra, nem em destruição em massa. Entre as heranças nefastas do último século, encontram-se o desgaste sem precedentes dos recursos naturais, os efeitos lesivos da poluição do ar e das águas, a destruição das matas e da biodiversidade do planeta. 
Para termos um parâmetro,ou apenas para situarmos em que pé anda a situação, ilustrarei com os números e dados listados nas últimas décadas:  Passamos de 90 desastres anuais na década de 70, para 250 em 1990, crescendo em uma escala vertical atéos nossos dias
Muitas manifestações e discussões foram implantadas apontando, para a insustentabilidade do modelo de desenvolvimento baseado no ideal de consumo desenfreado e o ecrescimento econômico acelerado. Assim, aos poucos, e forçosamente os temas ambientais foram sendo incorporados aos programas de governo das nações. 
Desse modo, a discussão ambiental ganhou amplitude e adeptos em todo o mundo ao colocar em pauta a questão da própria sobrevivência humana e assinalar a necessidade de mudanças nos nossos valores sociais, culturais e éticos, bem como no modelo econômico das nações de um modo geral. Foram formadas correntes de pensamento em torno deste tema, ou seja, algumas concepções de pensamento, citarei os principais.
O Desenvolvimentismo, defende o crescimento econômico a qualquer custo e não leva em consideração os danos ambientais nem a possibilidade de esgotamento dos recursos naturais. Essa concepção confunde crescimento econômico com desenvolvimento e estimula o consumo impensado, ela não liga para a crescente desgaste de energia e de recursos naturais. 
Já o Preservacionismopromulga e se apoia na ideia de que o atual estágio do desenvolvimento da produção é catastrófico! E é necessária uma intervenção, assumindo assim uma postura radical de preservação ambiental, devendo combater toda espécie de consumo que venha a ferir ou degradar a natureza em seus diferentes sistemas. Neste grupo estão alguns ambientalistas, naturalistas, veganos, e grupos afins.
Conservacionismoé um meio termo entre as duas correntes anteriores. Admite a exploração dos recursos naturais, de forma racional e eficiente. Conservar significa, portanto, utilizar a natureza, mas garantindo a sua sustentabilidade. Não significa guardar os recursos naturais e sim consumir adequadamente: atender às necessidades do presente, levando em consideração a necessidade do uso desses recursos no futuro. A visão conservacionista tem caracterizado a maioria dos movimentos ambientalistas e tornou-se consenso entre a maioria dos países, sendo o princípio que norteia a política de desenvolvimento sustentável
Apesar das crises ambientais serem provenientes da ação humana, seu agravamento se dá justamente pela inação ou omissão do homem em relação ao que ele poderia fazer ou deixar de fazer.Ou seja; pela sua inoperância!
Na minha atuação como sociólogo e gestor ambiental analisei acuradamente o processo de relação do homem com o Meio Ambiente e verifiquei que existem dois níveis de conduta em relação ao homem e sua relaçãocom o Meio Ambiente e a Sustentabilidade. 
Caracterizei e cataloguei estes princípios verificando que elesestão em dois níveis diferentes: Pragmático e Ético. Entretanto, por sua vez, cada princípio também acontece em outros dois em Níveis ou Modo de Operação.
No princípio pragmáticoo homem se relaciona de forma prática e inconsciente, não levando em conta seus atos ou não refletindo mais a fundo sobre as consequências das suas ações, dando origen a dois modo de operação(ou práxis). São elas: A Ignorância e a Omissão (descaso). 
A Ignorância opera através da falta de informação, ou seja, a pessoa não é munida de conhecimento suficiente para impedir ou agir em prol do meio ambiente. Neste contexto a sua prática (ações ou inações) são caracterizadas por ignorar fatos sobre sua atuação no meio ambiente. Exemplo: Uma criança que acha uma linda estrela do mare a recolhe da praialevando-a alegremente  para casa.A criança não sabe (ou ignora) que seu ato afeta a natureza, sua motivação foi apenas estética.Ou seja ela ignora as causas do seu ato, pois não foi ainda informada sobre as consequências deste.
ODescaso opera em um nível mais profundo. A pessoa até tem a informação, mas mesmo assim prefere não agir, achando que a sustentabilidade é assunto para ambientalistas, cientistas ou outras pessoas! Exemplo, um transeunte que joga o seu copo descartável na rua, achando que suas ações produzem renda para outras pessoas, neste caso o gari. Ou então, algum cliente que insiste em canudos plásticos para beber seu refrigerante, achando que em sua localidade este ato não pode afetar a vida marinha
Para estes dois tipos de atitudes existem soluções que seriam a Informação e a Conscientização. Porém, elas por si só não garantem a conscientização, nem muito menos uma transformação de conduta, ao contrário, se não houver uma boa vontade por parte do indivíduo ela "evolui" para um dos dois princípios adjacentes que são da esfera ética: A cupidez ou a Dissimulação!
A cupidez ocorre quando o individuo sabe que está degradando o meio ambiente e mesmo assim insiste na sua prática pois está lhe produz alguma forma de lucro ou bem-estar, mesmo a custo da degradação ou da poluição ambiental. Exemplo: um empresário que constrói seu empreendimento em área destinada a preservação ou proteção de uma espécie, e mesmo assim ele desconsidera todas as prerrogativas em prol do lucro. 
Já a dissimulação por incrível que pareça acontece de um modo semelhante, entretanto, vai além de ambição criando justificativas e até falsos interesses de proteção para ocupar, produzir e explorar uma área de proteção ou espaço de preservação. Vejamos um exemplo: Uma madeireira que finge manter uma área de preservação, mas na verdade explora todos os recursos mascarando suas intenções.
Através dos exemplos citados chega a hora de você leitor, avaliar e tomar uma decisão, agora é a hora de você se enquadrar em algum destes modos e analisar sua postura perante a Sustentabilidade. Na verdade, gostaria de chamar a sua atenção e clarificar que Sustentabilidade não é modismo! Não é uma forma alternativa, muitos menos uma preocupação somente para ecologistas! A Sustentabilidade é uma cosmovisão, é sua maneira de se relacionar com o mundo. E sua cosmovisão irá infalivelmente demonstrar seu nível de atuação perante a vida, sua cosmovisão determina suas práxis. Destarte, ela se torna sua forma de se relacionar e ler o mundo.
*Angio.andrégiordani – Graduando em Arquitetura, Formado em Belas Artes pela UFBA, Sociólogo dedicado as causas da sustentabilidade, Mestrando em Gestão Ambiental com Especialização em Reaproveitamento de Resíduos Sólidos.

* André Giordani

O desenvolvimento vertiginoso da ciên- cia e da tecnologia a partir do século  20, serviu tanto para promover a melhoria da qualidade de vida, quanto para ampliar a nossa capacidade de autodestruição. Não estou falando apenas da ameaça de guerra, nem em destruição em massa. Entre as heranças nefastas do último século, encontram-se o desgaste sem precedentes dos recursos naturais, os efeitos lesivos da poluição do ar e das águas, a destruição das matas e da biodiversidade do planeta. 
Para termos um parâmetro,ou apenas para situarmos em que pé anda a situação, ilustrarei com os números e dados listados nas últimas décadas:  Passamos de 90 desastres anuais na década de 70, para 250 em 1990, crescendo em uma escala vertical atéos nossos dias
Muitas manifestações e discussões foram implantadas apontando, para a insustentabilidade do modelo de desenvolvimento baseado no ideal de consumo desenfreado e o ecrescimento econômico acelerado. Assim, aos poucos, e forçosamente os temas ambientais foram sendo incorporados aos programas de governo das nações. 
Desse modo, a discussão ambiental ganhou amplitude e adeptos em todo o mundo ao colocar em pauta a questão da própria sobrevivência humana e assinalar a necessidade de mudanças nos nossos valores sociais, culturais e éticos, bem como no modelo econômico das nações de um modo geral. Foram formadas correntes de pensamento em torno deste tema, ou seja, algumas concepções de pensamento, citarei os principais.
O Desenvolvimentismo, defende o crescimento econômico a qualquer custo e não leva em consideração os danos ambientais nem a possibilidade de esgotamento dos recursos naturais. Essa concepção confunde crescimento econômico com desenvolvimento e estimula o consumo impensado, ela não liga para a crescente desgaste de energia e de recursos naturais. 
Já o Preservacionismopromulga e se apoia na ideia de que o atual estágio do desenvolvimento da produção é catastrófico! E é necessária uma intervenção, assumindo assim uma postura radical de preservação ambiental, devendo combater toda espécie de consumo que venha a ferir ou degradar a natureza em seus diferentes sistemas. Neste grupo estão alguns ambientalistas, naturalistas, veganos, e grupos afins.
Conservacionismoé um meio termo entre as duas correntes anteriores. Admite a exploração dos recursos naturais, de forma racional e eficiente. Conservar significa, portanto, utilizar a natureza, mas garantindo a sua sustentabilidade. Não significa guardar os recursos naturais e sim consumir adequadamente: atender às necessidades do presente, levando em consideração a necessidade do uso desses recursos no futuro. A visão conservacionista tem caracterizado a maioria dos movimentos ambientalistas e tornou-se consenso entre a maioria dos países, sendo o princípio que norteia a política de desenvolvimento sustentável
Apesar das crises ambientais serem provenientes da ação humana, seu agravamento se dá justamente pela inação ou omissão do homem em relação ao que ele poderia fazer ou deixar de fazer.Ou seja; pela sua inoperância!
Na minha atuação como sociólogo e gestor ambiental analisei acuradamente o processo de relação do homem com o Meio Ambiente e verifiquei que existem dois níveis de conduta em relação ao homem e sua relaçãocom o Meio Ambiente e a Sustentabilidade. 
Caracterizei e cataloguei estes princípios verificando que elesestão em dois níveis diferentes: Pragmático e Ético. Entretanto, por sua vez, cada princípio também acontece em outros dois em Níveis ou Modo de Operação.
No princípio pragmáticoo homem se relaciona de forma prática e inconsciente, não levando em conta seus atos ou não refletindo mais a fundo sobre as consequências das suas ações, dando origen a dois modo de operação(ou práxis). São elas: A Ignorância e a Omissão (descaso). 
A Ignorância opera através da falta de informação, ou seja, a pessoa não é munida de conhecimento suficiente para impedir ou agir em prol do meio ambiente. Neste contexto a sua prática (ações ou inações) são caracterizadas por ignorar fatos sobre sua atuação no meio ambiente. Exemplo: Uma criança que acha uma linda estrela do mare a recolhe da praialevando-a alegremente  para casa.A criança não sabe (ou ignora) que seu ato afeta a natureza, sua motivação foi apenas estética.Ou seja ela ignora as causas do seu ato, pois não foi ainda informada sobre as consequências deste.
ODescaso opera em um nível mais profundo. A pessoa até tem a informação, mas mesmo assim prefere não agir, achando que a sustentabilidade é assunto para ambientalistas, cientistas ou outras pessoas! Exemplo, um transeunte que joga o seu copo descartável na rua, achando que suas ações produzem renda para outras pessoas, neste caso o gari. Ou então, algum cliente que insiste em canudos plásticos para beber seu refrigerante, achando que em sua localidade este ato não pode afetar a vida marinha
Para estes dois tipos de atitudes existem soluções que seriam a Informação e a Conscientização. Porém, elas por si só não garantem a conscientização, nem muito menos uma transformação de conduta, ao contrário, se não houver uma boa vontade por parte do indivíduo ela "evolui" para um dos dois princípios adjacentes que são da esfera ética: A cupidez ou a Dissimulação!
A cupidez ocorre quando o individuo sabe que está degradando o meio ambiente e mesmo assim insiste na sua prática pois está lhe produz alguma forma de lucro ou bem-estar, mesmo a custo da degradação ou da poluição ambiental. Exemplo: um empresário que constrói seu empreendimento em área destinada a preservação ou proteção de uma espécie, e mesmo assim ele desconsidera todas as prerrogativas em prol do lucro. 
Já a dissimulação por incrível que pareça acontece de um modo semelhante, entretanto, vai além de ambição criando justificativas e até falsos interesses de proteção para ocupar, produzir e explorar uma área de proteção ou espaço de preservação. Vejamos um exemplo: Uma madeireira que finge manter uma área de preservação, mas na verdade explora todos os recursos mascarando suas intenções.
Através dos exemplos citados chega a hora de você leitor, avaliar e tomar uma decisão, agora é a hora de você se enquadrar em algum destes modos e analisar sua postura perante a Sustentabilidade. Na verdade, gostaria de chamar a sua atenção e clarificar que Sustentabilidade não é modismo! Não é uma forma alternativa, muitos menos uma preocupação somente para ecologistas! A Sustentabilidade é uma cosmovisão, é sua maneira de se relacionar com o mundo. E sua cosmovisão irá infalivelmente demonstrar seu nível de atuação perante a vida, sua cosmovisão determina suas práxis. Destarte, ela se torna sua forma de se relacionar e ler o mundo.

*Angio.andrégiordani – Graduando em Arquitetura, Formado em Belas Artes pela UFBA, Sociólogo dedicado as causas da sustentabilidade, Mestrando em Gestão Ambiental com Especialização em Reaproveitamento de Resíduos Sólidos.

 

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