A Petrobras em Sergipe

O governo de Sergipe foi à barra dos tribunais contra a Petrobras, em defesa do parque industrial do estado, a fim de preservar empregos. Isso porque a política de preços da estatal considere apenas o lucro de seus próprios investidores. Felizmente, decisão liminar expedida pelo Tribunal de Justiça de Sergipe impediu reajuste do gás fornecido para a Sergas.
De acordo com a juíza Érica Magri Milani, a Petrobras deverá manter o fornecimento de gás natural à Sergas nos exatos termos do contrato atual durante pelo menos seis meses, a contar do próximo dia 01 de janeiro. A decisão observou o interesse do poder público estadual e, em última análise, a conveniência de toda a população sergipana.
De fato, faz tempo que a Petrobras ignora o interesse público. Além da política de preços abusiva, de abrangência nacional, promove um verdadeiro desmonte na unidade sergipana. Primeiro, desativou a Fafen. Depois fechou escritórios, desfez-se de campos ainda produtivos e desmontou toda a estrutura local, a ponto de dar fim a plataformas localizadas em alto mar.
No caso em questão, o governador Belivaldo Chagas, por meio da Procuradoria Geral do Estado, não fez nada além de agir com a diligência necessária. Algo realmente precisa ser feito. Na prática, a política de preços adotada pela Petrobras pressiona a inflação, com o fim de gerar lucro para os acionistas da empresa. Trata-se de uma prioridade legítima. Mas exige que o governo de turno em Brasília elabore estratégias eficientes, capazes de amortecer o impacto do dólar e da cotação internacional do petróleo no mercado doméstico.