Ainda vivo
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Assombração
Publicado em 23 de março de 2015
Por Jornal Do Dia
Foi comemorado ontem, 21, o Dia Internacional de Poesia. Hora de lembrar Araripe Coutinho:
Se eu pudesse
Dizer como anda
Minha casa
Meu sombroso tear
Minha morte esguia
Te faria parceiro
Da minha agonia.
Mas não. A cada dia
A casa está mais clara
As paredes pintadas
De um vermelho sorrindo
Avanço sem ossos
Pela casa sombria
Do éter tropeço
Vou pingando quadros
De jazigos
Arrumando a cristaleira
Com longos pedaços
De mim pendurados
Alta é a assombração
De nós mesmos,
Ainda vivos.