ATENÇÃO HOMENS ARACAJUANOS, O MANDO EM 2024 SINALIZA SER DAS MULHERES
Publicado em 13 de julho de 2023
Por Jornal Do Dia Se
* Rômulo Rodrigues
É certo que ainda está longe da data de aferição dos desejos dos votantes e só na reta final eleitoras e eleitores é que vão se decidir. Mas, em colheitas sazonais, como milho e feijão, não se planta em uma semana para colher na outra; tem que respeitar o tempo.
Tem que ter muito estudo preliminar e muita “sabença” acumulada para enxergar o exato tempo de plantar, para ter boa colheita.
Nesses tempos de olhar para cima, ver as nuvens, as torres que indicam deslocamentos das chuvas, as trovoadas e relampear nas barras, para melhor escolher períodos certos dos futuros plantios; até o cheiro dos ventos trazem indicações.
Um caboclo velho, sentado embaixo do alpendre de sua morada, ao entardecer e fumando seu cigarrinho de palha nunca está só sentado embaixo do alpendre fumando seu cigarrinho de palha, ao entardecer. Está mesmo é assuntando o amanhã e, como bem disse um esperto analfabeto de Caicó, João Lê Não, está planejando o futuro.
Diz-se que política é dinâmica e na sua essência é ciência e arte; é tudo isso desde que temperada com tempero da sabedoria popular.
E a sabedoria popular é uma mina de pedras preciosas de onde vêm as certezas antecipadas e no momento em Aracaju os ventos sopram anunciando a possível repetição de um fenômeno que em 2004 aconteceu em dois municípios icônicos e em 2022, em todo o estado, com nomes que não careciam de ser submetidos ao processo eleitoral, mediante os desejos manifestos dos eleitores.
As lembranças levam aos sucessos de Zico, o Federal em Nossa Senhora da Glória e Zezinho da Everest em São Cristóvão e o que quase acontecia com Valmir de Francisquinho na eleição passada.
O caso recente de Valmir, que era tido como futuro governador nas bancas de carnes das feiras livres, conversas de bodegas, botequins e mercearias dos quatro cantos do estado, bate papos de praças no interior e na capital e até, nas mais selecionadas rodas de cada Shopping.
E Valmir bem que poderia está desfilando com governo viajante como está fazendo o governador, não fosse o desprezo ou desconhecimento de um aviso sempre dado pela matutada nas conversas citadas: “Teimosia com prejuízo, só tem quem não tem juízo”. Teimou, abusou de teimar e caminha para virar folclore.
Mas, como a roda da história só roda para frente e dor de barriga não dá só uma vez, o tal fenômeno da eleição de uma mulher para a prefeitura de Aracaju em 2024, está pintando acontecer.
Em todos os lugares sintomáticos que foram citados aparecem nas pontas das línguas os nomes de Daniela Garcia, Eliane Aquino, Emília Correa e Katarina Feitosa como sócias remidas do clube da Luluzinha onde homem não entra.
Os percentuais de opiniões de votantes são significativos e a ordem alfabética é apenas para transformar em números cabalísticos.
O fato é que a atual secretária de estado delegada Daniele Garcia, vindo de duas eleições majoritárias seguidas para prefeita de Aracaju em 2020 e senadora em 2022, é normal estar bem viva nas memórias das pessoas consultadas.
Já a ex-vice-prefeita da capital, ex- vice-governadora do estado e candidata a deputada federal muito bem votada Eliane Aquino, atualmente bem situada no ministério com o programa melhor avaliado do governo Lula, continua rezando com fervor na cartilha da indefinição e estudando álgebra pelo teorema da inequação.
A deputada federal Katarina Feitosa não pode ser descartada pelo fato de estar no parlamento federal. Caladinha, saiu do anonimato político para ser vice-prefeita de Aracaju e quase sem dizer nada foi eleita deputada federal e como boa jogadora no dominó da política, pode estar preparando uma batida de lá e lô.
Tem Niuly Campos do PSOL que deve ser observada com carinho, pois como franca atiradora, poderá fazer um calo na votação se tiver o cuidado de não deixar seu partido embarcar na canoa furada de tentar consertar o PT, que esse filme já foi rodado.
Por fim, Emília Correa, que no momento traça o baralho com muita propriedade entrando e saindo do palco da conjuntura política municipal e que poderá ser a cereja do bolo eleitoral e saber atrair o povo para o centro do debate e se tornar a grande estrela da passarela e botar caciques e pajés para fumarem quantos cachimbos tiverem para buscarem nas nuvens de fumaças as respostas para uma única indagação; onde foi que erramos?
Com certeza, o preto velho que habita em uma caverna na serra de São Bernardo em Caicó dirá, coçando o quengo com a unha do dedo de mindinho da mão esquerda: foi na vaidade, mizifios. Eu acrescento: cuidado com as cores da chita.
* Rômulo Rodrigues, sindicalista aposentado, é militante político