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Bangue bangue
Publicado em 30 de novembro de 2023
Por Jornal Do Dia Se
Uma operação da polícia sergipana, com resultado de sete suspeitos por tráfico mortos em confronto, chama atenção para o alto índice de letalidade policial no estado. Um dado preocupante, que sublinha a diferença evidente entre os princípios da Justiça e pendor para o justiçamento.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do estado, os mortos estavam entre os alvos de uma operação deflagrada na manhã desta quarta-feira, na cidade de Cristinápolis, no extremo sul de Sergipe. Em nota, a pasta informou que os sete homens mortos pertenciam a uma facção criminosa e trocaram tiros com os policiais que participam da Operação Cristinápolis Segura. Na mesma ação policial, outros dois investigados foram presos.
A polícia sergipana dispara a torto e direito. Eis o que sugere levantamento realizado pelo Monitor da Violência, a partir dos casos de confronto policial seguidos de morte notificados ao longo de 2020. De acordo com os dados oficiais, há poucos lugares no Brasil onde conflitos com a ordem são resolvidos no calor da bala com tanta frequência, como em Sergipe.
Sergipe foi o segundo estado com o maior número de mortes durante confrontos policiais no ano de 2020. Segundo a pesquisa, o estado registrou a taxa de 8,5, ficando atrás apenas do Amapá com 12,5. A Bahia ficou em terceiro com 7,5, seguida de Rio de Janeiro com 7,1 e Pará com 5, por 100 mil habitantes.
Este é um problema grave e de abrangência nacional. Via de regra, onde falta qualificação técnica abunda o puro ímpeto, o voluntarismo. Este é justamente o caso de Sergipe. Infelizmente, a polícia local não está preparada para lidar com situações delicadas e apela sempre para o último recurso. Atira primeiro, pergunta depois.