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Brasil a caminho de ser uma República
Publicado em 10 de abril de 2025
Por Jornal Do Dia Se
* Rômulo Rodrigues
Mao Tse Tung disse ao começar a grande marcha na China que a mais longa caminhada começa com o primeiro passo. O nordestino Acioly Neto disse na canção a natureza das coisas que, “toda caminhada começa com o primeiro passo”.
E o Brasil, este país continente, gigante pela própria natureza, só agora, 136 anos após a Proclamação da República parece ter tirado um pé do chão, tudo indicando que foi o pé esquerdo.
E quem diria que nos 61 anos de descomemoração de um golpe militar que institucionalizou a tortura e a corrupção, foi chegado o momento de se dizer que a história segue seu compasso e, inexoravelmente, chegaremos lá. Dá para entender ou, precisa desenhar?
Aos trancos e barrancos, entre golpes e quarteladas fracassadas a sociedade civil organizada foi compreendendo que só é possível conquistar a democracia se enfrentar para valer o militarismo e impor a condição de que é ela quem exerce o poder e militar não dá palpite.
No decorrer da história até teve um golpe do bem, quando em 11 de novembro de 1955 o general Henrique Lott depôs o presidente interino Carlos Luz, prendeu o titular Café Filho e entregou a presidência da República ao presidente do senado Nereu Ramos para que este desce posse ao presidente Juscelino Kubistchek e ao vice João Goulart, eleitos pelo voto popular.
Sem ser mera coincidência, políticos de direita e o alto comando da marinha, tendo à frente o almirante Pena Boto ainda ensaiaram um contragolpe e fracassaram.
Pouco tempo depois das posses dos eleitos, surgiu um movimento pedindo anistia para os golpistas com argumentos de que era necessário para pacificar o país e Juscelino caiu na esparrela e entre tantos anistiou outro almirante golpista de nome Silvio Heck, que logo estaria à frente do golpe de 1964, provando que anistiar o golpista de hoje, será engordar no cocho o golpista de amanhã.
Só para não esquecer e nunca mais acontecer. No governo do general Ernesto Geisel, o general Silvio Frota tentou um golpe dentro do golpe e foi bloqueado no ato. E quem era o ajudante de ordem dele? Um tal de capitão Augusto Heleno.
Não dá para rememorar todas as tentativas de golpes das últimas décadas, prática corriqueira nas forças armadas, ficamos então com o alerta de que todos os insurretos que foram anistiados continuaram suas atividades conspiratórias para aplicarem o próximo golpe.
Certo que eram tempos de um país tido como colônia do capital internacional submisso ao imperialismo estadunidense, do pós-guerra mundial que eles fizeram de laboratório para impor sua dominação pelo terror mundo a fora, cuja doutrina central era a de combate ao comunismo e à corrupção que praticavam em larga escala.
Então, está explicada porque da malograda proposta de anistia como arma de pressão psicológica dos fascistas sobre as massas, negando os crimes praticados contra as instituições da República em 8 de janeiro de 2023; darem vários passos para trás, recuperarem as forças e contra-atacarem.
Na guerra de posições no congresso as forças democráticas têm conseguido vitórias significativas que ainda não dá para sair às ruas em grandes comemorações, pois tem outra grande barreira bem à frente que é a feitas pelas pesquisas semanais pagas pelo setor improdutivo da agiotagem financeira, cujo objetivo é tentar impopularizar o presidente Lula, enquanto fabricam um adversário tipo Collor de Melo ou Aécio Neves.
O seguro daqui para frente será solidificar a certeza de que golpistas não passarão! Porque a certeza? Porque o país de hoje é uma grande potência e tem capacidade de pautar agendas política e econômica onde quer que seu presidente esteja presente com enorme protagonismo.
Em suma, a conjuntura internacional é favorável a que se enterre, já, o vício nefasto e traiçoeiro de golpe de estado de militares que não têm compromisso de defender sua pátria; que fique claro, enterrar com os olhos para baixo para nunca mais nascer.
O partido midiático tem que sentir o golpe do aniquilamento do seu irmão siamês, o partido militar, neste ano de 2025, que não será tão somente o ano da colheita como tem dito o presidente Lula nos roçados da economia e do crescimento social.
Há de ser o do início da caminhada para a conquista de uma República Federativa Democrática e Participativa, de agora e para sempre.
Anistia Não e cadeia para os golpistas.
* Rômulo Rodrigues, sindicalista aposentado, é militante político