Quarta, 24 De Abril De 2024
       
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Burros demais


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Publicado em 06 de outubro de 2021
Por Jornal Do Dia


Vai buscar quem mora longe, sonho meu...

 

Rian Santos
A internet é um des
campado imenso. A 
maioria das pessoas, entretanto, frequenta apenas o puxadinho refrigerado mantido por Zuckerberg. Entre todos os dados disponíveis, à distância de um link – um acervo inestimável, comparável à Biblioteca de Alexandria -, fulaninho faz uso dos memes e dos virais. Mais nada.
Os Titãs eram felizes e não sabiam. Quando Arnaldo Antunes cantou que a televisão lhe deixou burro demais, com ironia evidente, talvez não tenha se dado conta da síntese realizada em versos tão breves. O meio é a mensagem, filosofou Mcluhan. Não à toa, a ansiedade pegou carona nos bytes da sociabilidade contemporânea, fazendo meio mundo arrancar as roupas e os cabelos por um cadinho de likes.
A tecnologia da comunicação avançou muito rápido, o comum das gentes não estava preparado para tanta velocidade. No trânsito, motoristas não conseguem se deslocar em linha reta e avançam sobre a faixa paralela de olho no celular, escravizados pelo alerta do zap. Vira e mexe, um turista morre em plenas férias, após despencar de um precipício em busca do melhor ângulo para uma selfie. O acidente virou piada.
Fetiche e consumismo. O comercial do Iphone 13, no qual um entregador saca do aparelho, como se fosse a coisa mais natural do mundo, sublinha as letras pequenas que estabelecem as Leis do Mercado. Nos Estados Unidos, onde o aparelho custa cerca de US$ 700, um trabalhador remunerado com salário mínimo levaria 12 dias para juntar a quantia. No Brasil, o mesmo sujeito teria de passar seis meses a pão e água. Alguém fez a conta. Eu li no portal da Folha de São Paulo.

Rian Santos

A internet é um des campado imenso. A  maioria das pessoas, entretanto, frequenta apenas o puxadinho refrigerado mantido por Zuckerberg. Entre todos os dados disponíveis, à distância de um link – um acervo inestimável, comparável à Biblioteca de Alexandria -, fulaninho faz uso dos memes e dos virais. Mais nada.
Os Titãs eram felizes e não sabiam. Quando Arnaldo Antunes cantou que a televisão lhe deixou burro demais, com ironia evidente, talvez não tenha se dado conta da síntese realizada em versos tão breves. O meio é a mensagem, filosofou Mcluhan. Não à toa, a ansiedade pegou carona nos bytes da sociabilidade contemporânea, fazendo meio mundo arrancar as roupas e os cabelos por um cadinho de likes.
A tecnologia da comunicação avançou muito rápido, o comum das gentes não estava preparado para tanta velocidade. No trânsito, motoristas não conseguem se deslocar em linha reta e avançam sobre a faixa paralela de olho no celular, escravizados pelo alerta do zap. Vira e mexe, um turista morre em plenas férias, após despencar de um precipício em busca do melhor ângulo para uma selfie. O acidente virou piada.
Fetiche e consumismo. O comercial do Iphone 13, no qual um entregador saca do aparelho, como se fosse a coisa mais natural do mundo, sublinha as letras pequenas que estabelecem as Leis do Mercado. Nos Estados Unidos, onde o aparelho custa cerca de US$ 700, um trabalhador remunerado com salário mínimo levaria 12 dias para juntar a quantia. No Brasil, o mesmo sujeito teria de passar seis meses a pão e água. Alguém fez a conta. Eu li no portal da Folha de São Paulo.

 

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