Cannabis e saúde pública

A Lei 9.178, publicado no Diário Oficial da última terça-feira, finalmente supera o moralismo tacanho de alguns legisladores, a fim de promover avanços na oferta de saúde para os sergipanos. Trata-se de norma que autoriza o uso medicinal e terapêutico da cannabis no estado.
Antes tarde do que nunca. Em âmbito nacional, é bom lembrar, esta é uma questão já superada, apesar da resistência dos setores mais retrógrados da sociedade.
O passo firme em direção ao progresso, aliás, contou com o empurrão decisivo do então deputado federal Fabio Mitidieri. O atual governador de Sergipe foi autor do projeto de lei que autorizou o uso da cannabis com fins científicos no Brasil.
A resistência infundada ao uso medicinal da cannabis deriva de uma guerra insana ao uso recreativo de drogas. Embora os recursos desperdiçados para combater a drogadição não produzam benefícios sociais notáveis, a desinformação geral impede que a questão seja tratada na esfera mais apropriada – a da saúde pública.
O resultado se vê em presídios superlotados, incapazes de promover a ressocialização dos custodiados: uma legião de homens pretos e pobres, condenados pelo comércio pequeno, enquanto os gigantes do negócio faturam alto, livres, leves e soltos, poupados de impostos.