Cassino de bolso

Os dados justificam a apreensão crescente do governo com o efeito das Bets na economia

O mercado bet, modalidade lotérica que se atém a eventos esportivos, virtuais e presenciais, se estabeleceu à revelia da devida regulação. O resultado foi catastrófico para a saúde financeira das famílias mais vulneráveis, com reflexos deletérios no endividamento da população e na economia. Agora, o governo federal corre atrás do prejuízo.

O presidente Lula já afirmou que pode acabar com o mercado das plataformas digitais de apostas esportivas se a regulação não for suficiente para assegurar a saúde mental e financeira da população. O tom peremptório, no entanto, destoa do reforço na arrecadação. As bets faturam alto e pagam um bom quinhão em impostos.

Ontem, durante audiência pública convocada pelo Supremo Tribunal Federal, a fim de julgar a constitucionalidade da chamada Lei das Bets, a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, foi direto ao ponto. Segundo ela, a jogatina foi liberada
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“Pela facilidade de acesso, pode-se afirmar que, com as chamadas bets, estamos permitindo a instalação de um cassino no bolso de cada brasileiro”.

Os dados justificam a apreensão crescente do governo com o efeito das Bets na economia. Segundo o Banco Central, os brasileiros destinaram cerca de R$ 21 bilhões por mês às empresas de apostas, entre janeiro e agosto. O volume do prejuízo, no entanto, deve ser muito maior. Nesta conta, entraram somente as apostas realizadas via Pix.