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Crise pediátrica
Publicado em 14 de julho de 2022
Por Jornal Do Dia Se
A ausência de leitos de urgência pediátrica é um problema crônico da saúde em Sergipe. Gestores das esferas públicas e privada lidam com a situação há anos, sem jamais se aproximar de uma solução. Faltam profissionais especializados e recursos financeiros. Esta semana, o Hospital e Maternidade Santa Isabel voltou a restringir o atendimento à população.
Segundo a diretoria da unidade, há carência de profissionais especializados em Sergipe. O contexto observado no mercado local, somado à insuficiência de recursos, teria imposto a suspensão das consultas e cirurgias eletivas realizadas ali.
De novo: É assim há muitos anos, uma década inteira. Em 2012, por exemplo, o mesmo Hospital e Maternidade Santa Isabel anunciou a suspensão no atendimento à população. Faltavam dinheiro e condições mínimas para amparar os mais carentes na hora mais escura, uma situação que se repete até a exaustão.
Há poucos meses, em maio – quando o número de casos relacionados a síndromes respiratórias tende a aumentar, em função das chuvas próprias do período -, a maternidade Santa Izabel foi obrigada a restringir o atendimento em três ocasiões diferentes. Isso significa que a urgência pediátrica operava muito acima de sua capacidade e precisou restringir o plantão, para dar conta da assistência devida aos pacientes de maior gravidade. Ou, em outras palavras: Os profissionais médicos foram obrigados a escolher a quem davam atenção.
Eis as condições operacionais do Sistema Único de Saúde em Sergipe. Pior do que a pediatria, deficiente até mesmo na rede privada, só a situação dos pacientes oncológicos, em uma batalha de vida e morte contra a doença, sem recursos para bancar um tratamento sempre muito dispendioso. Sem os leitos prometidos do Hospital do Câncer, os dependentes do SUS percorrem verdadeira via crucis, com o coração na mão.