Custos de ter um hobby

Na parte de educação financeira que a sociedade precisa ter, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) tem buscado ajudar trazendo informações relevantes que devem ser conhecidas pela sociedade brasileira.
Neste breve ensaio irei repassar algumas orientações importantes sobre o que as pessoas gostam de fazer em suas horas livres. A orientação da Febraban é que os hobbies são mais do que simples passatempos – eles têm um papel importante no bem-estar. Ajudam a aliviar o estresse, estimulam a criatividade, a concentração, melhoram a saúde mental e trazem leveza para o dia a dia.
E para exemplificar aponta que muitas celebridades recorrem às atividades manuais. Como a cantora Shakira, que faz pinturas e modelagens em argila. O ator Antonio Banderas gosta de costurar, e o astro do futebol Lionel Messi, de tocar violão. O ator Tom Hanks coleciona máquinas de escrever antigas e a atriz Nicole Kidman se diverte fazendo jardinagem.
Ainda segunda a Febraban, no Brasil, as estrelas nacionais, como o cantor Seu Jorge curte tricô; o ator e cozinheiro Rodrigo Hilbert faz crochê, mesmo hobby da atriz Fernanda Torres, que apareceu crochetando nos bastidores da gravação de “Ainda Estou Aqui”, ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2025.
Mas a Febraban alerta que ter um hobby, contudo, costuma envolver uma série de custos com materiais, ferramentas e cursos. Isso não significa que você precise gastar uma fortuna nem abrir mão de uma atividade prazerosa. Pelo contrário: incluir momentos de lazer na rotina é essencial para manter o equilíbrio e a motivação, inclusive, para lidar melhor com outras áreas da vida, como o trabalho e os estudos.
A orientação é que com um pouco de organização, é possível curtir seus hobbies sem comprometer as finanças. As dicas da Febraban que repassaremos adiante são fundamentais para manter e aproveitar bem um hobby.
Fundamental é reservar um espaço no orçamento pessoal ou familiar para os gastos relacionados ao seu hobby. A orientação é detalhar todos os gastos envolvidos na atividade. Para facilitar, a recomendação é o uso de planilhas orçamentárias.
Em seguida, a definição de um valor mensal que poderá ser gasto e se manter firme nele. A quantia deve ser realista e tem a finalidade de delimitar a sua previsão financeira. Ela é importante para você não se deixar levar e evitar exageros na compra de materiais ou itens para colecionar, por exemplo, gastando mais do que pode ou deseja.
O dilema é sobre quanto reservar para o hobby? A sugestão é a chamada técnica dos 50-30-20. A tese é que 50% da renda mensal deve ser gasta com necessidades básicas, 30% com a manutenção do estilo de vida (e é aqui que entram os hobbies, junto com outras atividades de lazer) e 20% devem ser reservados para investimentos e quitação de dívidas.
É preciso ter a devida noção de quanto custa ter um hobby. A Febraban alerta que existem hobbies para todos os bolsos – desde os que exigem apenas tempo e criatividade, até aqueles que envolvem gastos mais altos com cursos, equipamentos ou deslocamentos.
A entidade do setor bancário refere-se a um levantamento feito pela consultoria de marketing Monks, em parceria com o instituto de pesquisa comportamental FloatVibes, mostrando que os brasileiros que se consideram fãs de algo chegam a gastar, em média, R$199,41 por mês com produtos ou experiências relacionadas aos seus ídolos, como ingressos, álbuns, itens de merchandising e mais.
Portanto, independente do hobby escolhido, é importante levar em conta todos os gastos envolvidos. Quem quer começar um curso de crochê, por exemplo, além do valor das aulas, precisará investir em linhas, agulhas e, eventualmente, acessórios. No caso da música, entram os instrumentos, aulas e manutenções. Coloque tudo na ponta do lápis para saber quanto dinheiro precisará desembolsar para a atividade.
A entidade alerta que é normal se empolgar ao começar um novo hobby, mas é importante conter o impulso de sair comprando tudo logo de cara. Antes de investir no melhor material, em um kit completo ou em uma matrícula anual, vale a pena fazer algumas aulas experimentais para descobrir se aquela atividade combina mesmo com você.
Na atualidade, diversas escolas, centros culturais e plataformas online oferecem primeiras aulas gratuitas ou com preços simbólicos. Essa pode ser uma boa forma de entender a dinâmica da prática e decidir se vale a pena seguir em frente. Você pode perguntar, também, se eles possuem materiais para emprestar nesse primeiro contato, antes de comprar seu próprio equipamento.
Ter um hobby não precisa ser sinônimo de grandes gastos. Com um pouco de criatividade e organização, é possível aproveitar o que você ama fazer sem estourar o orçamento. Algumas dicas são: Use o que você já tem: leitura, escrita, caminhadas, trilhas, fotografia com o celular, jardinagem, cozinhar… Muitas vezes, seus maiores prazeres já estão ao seu alcance. Busque um hobby, controle o seu orçamento e seja mais feliz! Com um pouco de organização, é possível curtir seus hobbies sem comprometer as finanças.