Terça, 20 De Maio De 2025
       
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DAVOS MORENO


Publicado em 01 de fevereiro de 2020
Por Jornal Do Dia


 

* Manoel Moacir Costa Macêdo
No mês de janeiro de cada ano, as atenções do mundo voltam para o "Fórum Econômico Mundial". Esse ano, foi o de número cinquenta. Acontece em Davos, na gelada Suíça. Um lugarejo com onze mil habitantes, para veraneio de milionários, espremido entre montanhas cobertas de neve. No inverno, além do frio, o sol dorme cedo, e acorda tarde. Um sofisticado evento de engravatados, poderosos, e ricos, protegidos por seguranças, enclausurados num moderno centro de convenções, e recepcionados por anfitriões com rigor nas etiquetas. Os protestos são contidos por especiais forças policiais, escondidos aos olhos do mundo. Nos meses seguintes, um resort para seletivos turistas, na busca das aventuras no gelo.
A agenda por meio século, ocupa os temas da economia capitalista. Em menor realce, a saúde e o meio ambiente. O foco, está na acumulação, protecionismo, competitividade, empreendedorismo, inovação e movimentação do capital. Os países ricos, monopolizam o seu conteúdo, e impõem as suas demandas, disfarçadas em sofisticados seminários de alvos, influentes, e endinheirados. Chefes de estado, de governo, ministros, burocratas, representantes de organizações financeiras, e do sistema dominante, discutem as atualidades do capitalismo mundial.  Não se trata de um evento público e acessível aos comuns. Um encontro marcado por convites, aos líderes empresariais, políticos, reis, príncipes, intelectuais e jornalistas. Não cabe os plebeus, nem "os barrados do baile".
Na contradição ao frio e distinguido Fórum, criou-se o noviço "Fórum Social Mundial", quente, negro, aberto e pobre, sem glamour e visibilidade internacional. Um amontoado de jovens, críticos e retóricos, carentes de força para enfrentar a crescente desigualdade na arena global. A denúncia e indignação fraquejam frente o capitalismo dominante, para pautar uma agenda onde "um outro mundo é possível". 
A surpresa no cinquentenário "Fórum Econômico Mundial", foram às questões ambientais. Elas ocuparam a agenda da elite financeira mundial. Os riscos ambientais, estão entre os dez maiores na economia global. Longe de ocupar uma agenda ideológica, eles compõem a matriz financeira. Estão no topo dos impactos geopolíticos do capitalismo global. Investidores demandam compromissos ambientais de governos e particulares, na alocação dos seus investimentos, em face de pressões e protagonismos da sociedade por um modo de viver saudável, responsável, e cuidadoso com o meio ambiente. Um valor que ultrapassa os lucros e ambições das atuais gerações. 
Biodiversidade, emissão de gases de efeito estufa, mudanças climáticas, e aquecimento global, não são falácias ou utopias, eles estão nas decisões das lideranças políticas, financeiras e econômicas mundiais. Inundações, queimadas, enchentes, tornados, tsunamis, e desastres ambientais, não são alertas, mas realidades, repetidas, e sentidas no cotidiano das pessoas. A problemática ambiental é transversal aos diversos setores da economia. Ela interfere na agricultura, infraestrutura, educação, economia, e saúde, entre outros. Quem não estiver inserido nessa agenda, corre o risco de isolamento e afastamento dos investimentos globalizados e dos valores iluministas da civilização. Capitais migram de setores tradicionais para uma economia de baixo carbono. O meio ambiente não é um obstáculo, mas uma oportunidade para o desenvolvimento. Foi derrotada na década de noventa, a tese que relacionava a "pobreza com a destruição ambiental".
O Brasil, não pode estar fora desse movimento geopolítico mundial. Essa pátria abençoada por múltiplos biomas e livre de intempéries naturais de grandes proporções, possui uma destacada bacia hidrográfica de água doce. Acolhe a relevante floresta tropical e sua ampla biodiversidade. Detém estratégicas reservas minerais, variados ecossistemas, e uma expressiva produção agropecuária. Tudo isso, em dimensão mundial. Na preservação, conservação e cuidados ambientais, não existem derrotados, todos são vencedores. O presente e o futuro, não toleram o atraso, nem o estreitamento político-partidário pela causa do meio ambiente, mas a liderança no desenvolvimento sustentável, além de minorias temperadas, frias e alvas; para alcançar as carentes maiorias tropicais, quentes, negras e morenas. 
* Manoel Moacir Costa Macêdo, engenheiro Agrônomo, Advogado, PhD pela University of Sussex, Brighton, Inglaterra

* Manoel Moacir Costa Macêdo

No mês de janeiro de cada ano, as atenções do mundo voltam para o "Fórum Econômico Mundial". Esse ano, foi o de número cinquenta. Acontece em Davos, na gelada Suíça. Um lugarejo com onze mil habitantes, para veraneio de milionários, espremido entre montanhas cobertas de neve. No inverno, além do frio, o sol dorme cedo, e acorda tarde. Um sofisticado evento de engravatados, poderosos, e ricos, protegidos por seguranças, enclausurados num moderno centro de convenções, e recepcionados por anfitriões com rigor nas etiquetas. Os protestos são contidos por especiais forças policiais, escondidos aos olhos do mundo. Nos meses seguintes, um resort para seletivos turistas, na busca das aventuras no gelo.
A agenda por meio século, ocupa os temas da economia capitalista. Em menor realce, a saúde e o meio ambiente. O foco, está na acumulação, protecionismo, competitividade, empreendedorismo, inovação e movimentação do capital. Os países ricos, monopolizam o seu conteúdo, e impõem as suas demandas, disfarçadas em sofisticados seminários de alvos, influentes, e endinheirados. Chefes de estado, de governo, ministros, burocratas, representantes de organizações financeiras, e do sistema dominante, discutem as atualidades do capitalismo mundial.  Não se trata de um evento público e acessível aos comuns. Um encontro marcado por convites, aos líderes empresariais, políticos, reis, príncipes, intelectuais e jornalistas. Não cabe os plebeus, nem "os barrados do baile".
Na contradição ao frio e distinguido Fórum, criou-se o noviço "Fórum Social Mundial", quente, negro, aberto e pobre, sem glamour e visibilidade internacional. Um amontoado de jovens, críticos e retóricos, carentes de força para enfrentar a crescente desigualdade na arena global. A denúncia e indignação fraquejam frente o capitalismo dominante, para pautar uma agenda onde "um outro mundo é possível". 
A surpresa no cinquentenário "Fórum Econômico Mundial", foram às questões ambientais. Elas ocuparam a agenda da elite financeira mundial. Os riscos ambientais, estão entre os dez maiores na economia global. Longe de ocupar uma agenda ideológica, eles compõem a matriz financeira. Estão no topo dos impactos geopolíticos do capitalismo global. Investidores demandam compromissos ambientais de governos e particulares, na alocação dos seus investimentos, em face de pressões e protagonismos da sociedade por um modo de viver saudável, responsável, e cuidadoso com o meio ambiente. Um valor que ultrapassa os lucros e ambições das atuais gerações. 
Biodiversidade, emissão de gases de efeito estufa, mudanças climáticas, e aquecimento global, não são falácias ou utopias, eles estão nas decisões das lideranças políticas, financeiras e econômicas mundiais. Inundações, queimadas, enchentes, tornados, tsunamis, e desastres ambientais, não são alertas, mas realidades, repetidas, e sentidas no cotidiano das pessoas. A problemática ambiental é transversal aos diversos setores da economia. Ela interfere na agricultura, infraestrutura, educação, economia, e saúde, entre outros. Quem não estiver inserido nessa agenda, corre o risco de isolamento e afastamento dos investimentos globalizados e dos valores iluministas da civilização. Capitais migram de setores tradicionais para uma economia de baixo carbono. O meio ambiente não é um obstáculo, mas uma oportunidade para o desenvolvimento. Foi derrotada na década de noventa, a tese que relacionava a "pobreza com a destruição ambiental".
O Brasil, não pode estar fora desse movimento geopolítico mundial. Essa pátria abençoada por múltiplos biomas e livre de intempéries naturais de grandes proporções, possui uma destacada bacia hidrográfica de água doce. Acolhe a relevante floresta tropical e sua ampla biodiversidade. Detém estratégicas reservas minerais, variados ecossistemas, e uma expressiva produção agropecuária. Tudo isso, em dimensão mundial. Na preservação, conservação e cuidados ambientais, não existem derrotados, todos são vencedores. O presente e o futuro, não toleram o atraso, nem o estreitamento político-partidário pela causa do meio ambiente, mas a liderança no desenvolvimento sustentável, além de minorias temperadas, frias e alvas; para alcançar as carentes maiorias tropicais, quentes, negras e morenas. 

* Manoel Moacir Costa Macêdo, engenheiro Agrônomo, Advogado, PhD pela University of Sussex, Brighton, Inglaterra

 

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