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Democracia e participação
Publicado em 05 de abril de 2022
Por Jornal Do Dia Se
“A participação popular, o voto depositado nas urnas, é vital para a Democracia”
O presidente eleito Jair Bolsonaro ainda não pronunciou as palavras de um estadista. Depois de se emocionar com a execução do hino nacional, durante a cerimônia de diplomação realizada no prédio do Superior Tribunal Eleitoral, anos atrás, Bolsonaro ensaiou um tom conciliatório. Nas entrelinhas do discurso, entretanto, ainda era possível identificar sombras indesejáveis. A exaltação das redes sociais, confundidas com um mecanismo de democracia direta, por exemplo, é tão equivocada quanto preocupante.
Nas palavras do presidente, “o poder popular não precisa mais de intermediação”. Segundo ele, as novas tecnologias permitiram uma relação “direta” entre o eleitor e seus representantes. Vindo de onde veio, um homem público conhecido por uma indisposição declarada com todos os mecanismos de controle, a sentença dá muito pano pra manga.
Ao contrário do que afirma Bolsonaro, por atos e palavras, a participação popular, o voto depositado nas urnas, é vital para a Democracia. Nesse contexto, às vésperas de um novo pleito, convém lembrar aos eleitores: o prazo final para solicitar a primeira via do título de eleitor, transferir o domicílio eleitoral e alterar dados no cadastro pessoal se encerra no dia 4 de maio. O prazo tem previsão em Lei e é improrrogável.
Não é difícil entender o apreço de uns e outros pela democracia do “like”. Tanto o presidente eleito quanto boa parte da equipe reunida para colaborar no seu governo demonstram escandaloso pendor autoritário. Basta lembrar a declaração infeliz segundo a qual bastaria um cabo e um soldado para fechar o Supremo Tribunal Federal. Sandices como essa podem até animar os apoiadores ocupados em fazer barulho nas redes sociais. Mas, como a imprensa não cansa de lembrar, também depõem contra o sentido de participação política mais ao gosto do presidente Bolsonaro.