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ENQUANTO JESUS RESSUSCITOU, O DEMÔNIO FOI EMBORA


Publicado em 21 de abril de 2022
Por Jornal Do Dia Se


* Rômulo Rodrigues

No sábado, 16 de abril enquanto era comemorada a ressurreição de cristo foi noticiado timidamente pela mídia patronal a morte de um dos mais dignos representantes de lúcifer na terra, mentor do atentado à bomba no Riocentro em 30 de abril de 1981, para assassinar artistas, intelectuais e trabalhadores em um show comemorativo ao 1º de maio, dia dos trabalhadores, o general da reserva Newton Cruz.
Tinha em seu prontuário ataque e agressão a um jornalista, ser padrinho hierárquico do coronel torturador Brilhante Ustra, que usava como prática enfiar ratos vivos nas vaginas de mulheres torturadas, e inúmeras perversidades para encobrir o alerta dadopor um dos chefes ditadores, general Ernesto Geisel, de que os militares estavam roubando demais e, por isso, estava na hora de devolver o poder aos civis.
Já naquela época os porões da ditadura eram infestados de corruptos e torturadores como Newton Cruz e os piores crimes eram praticados contra os direitos humanos e acobertados com a conivência do Superior tribunal Militar, como chegou ao conhecimento público na semana santa.
No dia anterior, sexta feira da paixão, quando os cristãos reservam para suas comemorações em família, quase em retiro de purificação da alma, a parcela demoníaca que não conhece o que é respeito ao sagrado e ao humano, atacou em duas frentes simultâneas; a oficial, comandada por um genocida, desfilou em motociata, pelas ruas da capital paulista, em campanha eleitoral antecipada, sob a conivência e passividade de outro tribunal superior, o eleitoral.
A frente oficiosa, também em São Paulo, revalidou uma tese de um velho político mineiro de que o temor em uma ditadura não é o ditador em si, mas o meganha de ponta de rua quando resolve aplicar sua lei em nome dela.
Foi assim que policiais militares de São Paulo resolveram interceptar o padre Júlio Lancelotti em uma procissão de peregrinação em tributo a Jesus Cristo e, pasmem, pediram documento de identidade a uma das figuras mais conhecidas e respeitadas do Brasil. A tese que mais se adapta à realidade policialesca e coercitiva é a de que a omissão do antigo tribunal militar, reforçada pelo atual, que negaram e negam punições à tortura, incentiva corporações militares ter o método como prática e dão fôlego para as milícias operarem livremente.
Para bom entendedor, as palavras cheias de sarcasmo do general da reserva e vice-presidente Hamilton Mourão sobre a não punição aos torturadores militares indicam que para ele todos os torturadores passam de criminosos a heróis, incentivando o uso da tortura como política de Estado, que deve continuar.
Uma prova da veracidade das palavras do velho político mineiro é que a omissão da Globo está em consonância com a interpretação do soldado da pequena rua, do pequeno povoado, da pequena cidade.
O Império Globo, na sua política de dar uma no cravo e outra na ferradura; condena as ações toscas e programadas de Jair Bolsonaro, mas apoia integralmente o projeto neoliberal falido tocado por Paulo Guedes.
Exemplos é que não faltam com: Nunca explorou a fundo o factoide da facada do dia 6 de setembro de 2018 e suas trágicas consequências, ignorando solenemente o belo trabalho do jornalista Jairo de Carvalho sobre o assunto.
Os constantes ataques a populações indígenas feitos por jagunços de mineradoras são ignorados e mesmo quando atinge seu reduto, como no caso do repórter da Globo que fez uma reportagem sobre um centro de tiros em Brasília e foi atacado 4 dias depois por dois homens portando facas e não armas de fogo que não roubaram nada está tratando o caso como latrocínio, quando um dos assaltantes portava 560 euros dados pela mãe para ele viajar.
Semana passada a fome deu seu grito de alerta e um supermercado foi assaltado no Rio de Janeiro e ai, pairam suspeita de que pode ser um teste para que outros aconteçam e desperte o clamor para uma intervenção militar e a classe média se incorpore sem lembrar que o governo é militarista, a corrupção do Ministério da Saúde era militar e o da Educação de pastores do núcleo de poder do governo militar e eles no poder total roubam prendem, torturam e matam, com a certeza da impunidade.

* Rômulo Rodrigues, sindicalista aposentado, é militante político

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