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O ápice do opróbrio
Publicado em 10 de agosto de 2023
Por Jornal Do Dia Se
Ao longo dos últimos anos, a Polícia Rodoviária Federal resolveu se cobrir de vergonha. Sob Bolsonaro, a corporação esteve envolvida em toda sorte de escândalos. Os indícios de interferência indevida no curso das eleições presidenciais, o ápice do opróbrio, finalmente levaram um ex-diretor à cadeia.
Explica-se: A Polícia Federal localizou imagens de um mapeamento de municípios onde o presidente Lula (PT) teve mais de 75% dos votos no primeiro turno no celular da ex-diretora de Inteligência Marília Ferreira de Alencar, do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Estes municípios concentraram as operações de fiscalização da PRF no segundo turno das eleições. As informações constam em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal que embasou a prisão de Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF.
Não é difícil ligar os pontos. O constrangimento imposto aos eleitores nordestinos por meio de blitzes completamente despropositadas representa uma afronta à ordem democrática.
Segundo a Polícia Federal, à frente do inquérito ainda em curso, os fatos investigados na operação “configuram, em tese, os crimes de prevaricação e violência política, previstos no Código Penal Brasileiro, e os crimes de impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio e ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato, do Código Eleitoral Brasileiro”. Não são delitos menores, mas crimes gravíssimos, que precisam era exemplarmente punidos.