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O futuro do Brasil


Publicado em 16 de abril de 2025
Por Jornal Do Dia Se


O futuro do Brasil se joga hoje na reeleição do Lula, que evita o retorno da direita, do seu projeto autoritário e do fortalecimento do modelo neoliberal

 

* Emir Sader

 

O Brasil depende, muito, da evolução da situação internacional, condicionada fortemente pela guerra de tarifas, promovida por Donald Trump. Mas, acima de tudo, o Brasil depende de si mesmo.
Depende da manutenção e do fortalecimento da democracia. O que o Brasil é hoje é resultado do restabelecimento da democracia no país, depois dos tristes anos da ditadura militar. É a democracia que permitiu que o país elegesse como presidente da república um líder sindical, nordestino. Permitiu que o Partido dos Trabalhadores seja o partido mais importante da história do país.
É na democracia que o povo escolhe seus governantes, por maioria dos votos, com campanha eleitoral pública e gratuita, com acesso aos meios de comunicação de todos os partidos políticos.
Porque é na democracia que governos implementam políticas sociais que diminuem as desigualdades características de toda a nossa trajetória como sociedade. É na democracia que as desigualdades regionais diminuíram e o Nordeste passou a ser a região que não apenas é a que mais cresce, mas a que passou a ter mais estudantes universitários do que o Sul do país.
A democracia política não é suficiente para que um país possa se tornar efetivamente uma democracia, em que todos são iguais não somente diante da lei, mas na realidade concreta. Mas ela é um elemento indispensável para que se possa caminhar na direção de um tipo de sociedade realmente democrática.
O Brasil é, hoje, um país menos desigual do que foi ao longo de toda sua história. Mas segue sendo um país profundamente marcado pelas desigualdades, pelas exclusões sociais, pela miséria, pela pobreza.
O que a democracia nos permite é ter governos que tomem como sua prioridade a luta contra todas essas mazelas. Hoje podemos dizer que o futuro do Brasil depende da reeleição do Lula como presidente, para seguir esse caminho de prioridade das políticas sociais, para lutar contra o neoliberalismo e todas as desigualdades e misérias que ele produz.
Porque o Brasil avançou nessa direção, mas o capital especulativo ainda é o eixo da economia do país. Um capital que vive das taxas de juros altas, do ganho especulativo, que expressa o modelo neoliberal.
A democracia requer a passagem do antineoliberalismo ao pós-neoliberalismo. A retomada de um modelo econômico baseado nos investimentos produtivos, que gere crescimento econômico com distribuição de renda, com geração de empregos, que produza bem-estar no conjunto da sociedade.
O futuro do Brasil se joga hoje na reeleição do Lula, que evita o retorno da direita, do seu projeto autoritário e do fortalecimento do modelo neoliberal. Essa reeleição permitirá o fortalecimento da democracia, a expansão ainda maior da prioridade das políticas sociais, a diminuição da exclusão e das desigualdades sociais. Pode permitir a quebra do capital especulativo como eixo da economia do país. Assim passaremos do neoliberalismo ao pós-neoliberalismo.

 

* Colunista do 247, Emir Sader é um dos principais sociólogos e cientistas políticos brasileiros

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