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Seis mil por um futuro


Publicado em 02 de novembro de 2024
Por Jornal Do Dia Se


O Enem é hoje a principal porta de entrada utilizada pelos estudantes brasileiros para ingressar nas universidades

Pelo menos seis mil estudantes da rede pública estadual devem se submeter ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Trata-se aqui de jovens dispostos a transformar o próprio futuro, a trajetória de suas vidas, por meio da educação.

Quanto mais, melhor. O ranking dos candidatos com melhor pontuação na redação do Enem sublinha a desigualdade de condições no ingresso ao ensino de terceiro grau: do total de 60 candidatos com nota máxima na redação, ano passado, apenas quatro eram egressos da rede pública – incluindo um sergipano.

Apesar de todos os avanços promovidos pela política de cotas e o próprio Enem, a educação de nível superior ainda é privilégio de bem nascidos: apenas 40% do total dos estudantes que participaram do exame em 2023 estavam matriculados na rede pública.

O Enem, convém mencionar, é hoje a principal porta de entrada utilizada pelos estudantes brasileiros para ingressar nas universidades. Avesso à decoreba dos cursinhos especializados no antigo exame vestibular, no qual os candidatos eram obrigados a repetir fórmulas prontas, feito animais adestrados, o novo modelo de seleção deu um passo importante no sentido de aperfeiçoar o acesso ao ensino de terceiro grau, privilegiando a capacidade de argumentação e o raciocínio lógico.

Ponto para o Enem. A democratização do acesso às universidades públicas, contudo, ainda está em vias de se tornar realidade plena. Os índices de evasão e o déficit de aprendizagem nas escolas da rede pública preocupam. E a desigualdade de condições implica na baixa adesão dos egressos da rede pública de ensino ao Exame.

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