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Sem projeto
Publicado em 26 de julho de 2023
Por Jornal Do Dia Se
A carência de investimento em saneamento básico é uma catástrofe de dimensão nacional. Prova disso, dados do Conselho Curador do FGTS atestam: mesmo quando há recursos, falta vontade política, ambição transformadora, estratégia.
A execução do montante destinado a projetos de saneamento básico pelo Fundo alcançou, em média, apenas 37% do total previsto, o que equivale a pouco mais de R$ 1,739 bilhões dos R$ 4,70 bilhões então disponíveis para tal fim. Significa que não falta dinheiro para investir em saneamento, nem demanda. Falta projeto.
Levantamento recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística revelou um retrato estarrecedor. Apenas 66,3% das residências brasileiras escoam o esgoto pela rede geral ou por meio de fossa ligada à rede geral. Na região Sudeste, observa-se o cenário mais avançado, com o percentual de 88,6%. No outro extremo, contudo, somente 44,6% dos domicílios nordestinos registram o escoamento do esgoto através da rede geral.
O Brasil negligencia o investimento em saneamento básico, uma questão de saúde pública. A negligência é generalizada, mas ocorre mais para as bandas de cá do que para os lados do sul maravilha. No norte e nordeste do Brasil, historicamente relegados a segundo plano em matéria de investimentos do governo federal, neste particular, tudo ainda está por ser feito.