Sergipe entrou na briga
Publicado em 04 de fevereiro de 2020
Por Jornal Do Dia
* Antonio Passos
O Dorense jogou um futebol rudimentar domingo no Batistão, embora alguns jogadores, individualmente, tenham feito boas apresentações, a exemplo de Williames (6) e Batata (8). O Sergipe por sua vez, no limite da necessidade, sem abundância, fez o dever de casa: ganhou por um a zero, marcou três pontos e chegou à vice-liderança na pontuação.
A subida do Sergipe veio com duas vitórias seguidas, contra os dois atuais lanternas: América de Pedrinhas e Dorense. Fato é que após a quarta rodada, de um total de sete nessa fase classificatória, o campeonato mostra-se quase completamente aberto quanto à conquista de vagas para o quadrangular final.
Em duas oportunidades anteriores, aqui mesmo no Jornal do Dia, expressei opinião bastante cética quanto à possibilidade de êxito do Sergipe na atual temporada. Quando o "mais querido" ainda estava em pré-temporada publiquei "Sergipe dramático" (em 28/12/19) e "O Olímpico de ontem e o Sergipe de hoje" (em 21/01/20), após as duas primeiras partidas no estadual. Critiquei o Gipão por uma explícita fragilidade na montagem da equipe. Talvez tenha faltado à minha análise – ao olhar quase exclusivamente para o time do qual sou torcedor – perceber que a situação da maioria dos oponentes é bem semelhante. Agora, vejo esse nivelamento em pequena estatura como causa do certame ter-se tornado tão alternado – o que, por linhas tortas, trás, ao menos por ora, o benefício do equilíbrio.
Acima da briga de foice parece estar apenas o Confiança. Líder da competição com três pontos à frente do bloco intermediário, o Dragão enfrentará nos dois próximos jogos, exatamente, os lanternas recentemente derrotados pelo Sergipe. Não vejo – a menos que tenhamos um rebanho de zebras – risco para o Confiança ficar fora do quadrangular final. Já as outras três vagas, me parecem abertas para cinco equipes: Sergipe, Boca Júnior, Frei Paulistano, Itabaiana e Lagarto. O Boca terá uma melhor tabela pela frente, pois, também ainda enfrentará os dois lanternas. Quanto aos outros quatro, rigorosamente, apenas se enfrentarão entre si nas próximas três e últimas rodadas – será, portanto, uma briga de foice no escuro.
Um dado importante me chamou a atenção no Batistão, durante a peleja entre Sergipe e Dorense. Apesar das limitações, os jogadores do Sergipe mostraram garra do começo ao fim, mesmo nos momentos mais adversos do jogo. A garra tem sido um diferencial positivo, sempre cobrada às equipes mais populares e fator de desequilíbrio em decisões. Não será de mão beijada, mas, o Gipão tem chance real de chegar ao quadrangular – acredito.
* Antonio Passos é jornalista