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Sertão vivo
Publicado em 25 de outubro de 2023
Por Jornal Do Dia Se
O presidente Lula da Silva participou ontem do anúncio do Projeto Sertão Vivo, Semeando Resiliência Climática em Comunidades Rurais no Nordeste. A iniciativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), das Nações Unidas, vai destinar R$ 1,8 bilhão a 439 mil famílias no semiárido nordestino, para ações que contribuirão para o combate à fome e aos efeitos das mudanças climáticas.
Ocorre que a questão hídrica, capital para o nordeste brasileiro, é também econômica e política, está relacionada a estratégias de desenvolvimento que possui nas indústrias, ainda muito poluentes, o seu principal alicerce. O ciclo da água está diretamente ligado ao clima. Assim, mudanças no clima que alterem o regime de chuvas podem provocar o aumento da ocorrência de eventos hidrológicos extremos, como inundações e longos períodos de seca. Esses eventos afetam a oferta de água, ameaçando o suprimento de recursos hídricos para todos.
Ninguém alimenta mais a ilusão de que a água é, além de bem natural, recurso infinito, a salvo de gestões e poderes mundanos. Trata-se, isto sim, de uma riqueza já explorada à exaustão, no centro de interesses nada beatos. A constante queda de braço entre ribeirinhos do moribundo São Francisco, hidrelétricas e distribuidoras de energia é prova. A peleja por água se dá até mesmo à margem dos rios.
O Projeto Sertão Vivo é acompanhado pelo Consórcio Nordeste, grupo formado pelos nove governadores da região. A carência por investimentos na região, convenhamos, é histórica.