Todo cuidado é pouco

O trânsito brasileiro mata tanto quanto qualquer conflito armado. Por isso as operações realizadas pela Polícia Rodoviária às vésperas dos feriados prolongados. Reforços na fiscalização e vigilância em dobro nos trechos mais perigosos de estradas e rodovias. Uma operação de guerra.
Pior é constatar que, a despeito das condições muitas vezes insatisfatórias de estradas e rodovias, o principal responsável pelo grande número de óbitos verificados à beira da estrada são mesmo os apressadinhos.
Realidade triste, que pode ser constatada por qualquer um. Quem pega uma estrada não sabe se vai chegar, nem como. Todo santo dia é assim, mas nos feriados prolongados costuma ser ainda pior. Segundo balanço realizado pela Polícia Rodoviária Federal, pelo menos 172 pessoas morreram em acidentes em rodovias estaduais e federais do país durante o feriadão de Semana Santa e Tiradentes do ano passado. Quase duzentos mortos, num piscar de olhos.
Acidentes acontecem, mas o absurdo fez morada nas BR’s, mais certo do que as curvas sinalizadas e os animais que, volta e meia, invadem a pista. Excesso de velocidade, ultrapassagens irregulares e consumo de bebida alcoólica são tão perigosos quanto frequentes. Infelizmente, imprudência, irresponsabilidade e pressa não são os únicos personagens da história. As vítimas completam o elenco da crônica de uma tragédia anunciada.