**PUBLICIDADE
Vergonha!
Publicado em 19 de julho de 2022
Por Jornal Do Dia Se
A urna eletrônica foi adotada no Brasil há 26 anos, sem uma única fraude comprovada.
O presidente Jair Bolsonaro constrangeu dezenas de embaixadores em missão no Brasil com teorias conspiratórias sobre as urnas eletrônicas e o processo eleitoral. Não há como a repercussão do episódio poupar os brasileiros de mais um vexame. A conspiração abrigada pelo Palácio do Planalto, com ataques ao TSE e o STF, nas pessoas dos ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, envergonha a nação.
As sombras de suspeição que porventura pairem sobre a urna eletrônica atendem por nome próprio. O presidente Jair Bolsonaro se encarrega pessoalmente de insuflar a desconfiança. Aparentemente, apesar de eleito pelos votos computados nas urnas eletrônicas, o presidente faz de tudo para o circo pegar fogo, a fim de juntar as cinzas depois.
Infelizmente, o investimento na instabilidade da corrida presidencial joga a justiça eleitoral nas cordas, acuada. Após o primeiro turno das eleições de 2020, por exemplo, o TSE foi obrigado a divulgar uma carta aberta aos eleitores garantindo a lisura do pleito, desde o voto até a apuração. Obrigado a dar fé de um fato de conhecimento público, o TSE lembrou que a Justiça Eleitoral realiza testes e auditorias periódicas “que comprovam e asseguram a transparência e absoluta confiabilidade do voto eletrônico”.
Idiossincrasias à parte, a verdade é uma só: o voto eletrônico já foi devidamente colocado à prova. No fim das contas, esta é uma questão de matemática básica. A urna eletrônica foi adotada no Brasil há 26 anos, sem uma única fraude comprovada. Antes de ser eleito presidente, Bolsonaro foi deputado federal durante 27 anos. Deveria, portanto, ser o primeiro a defender a lisura do processo eleitoral.