Crédito esdrúxulo

Uma a uma, as perversidades legadas pelo governo Bolsonaro são negadas pela gestão Lula. O empréstimo consignado que oferecia um benefício social como garantia, por exemplo, virou letra morta.
A Caixa Econômica Federal suspendeu a oferta de crédito consignado para beneficiários do Bolsa Família – a chamada linha Consignado Auxílio. Em comunicado, a Caixa disse que o produto passará por uma “revisão completa de parâmetros e critérios”. O antigo Auxílio Brasil voltou a se chamar Bolsa Família, na atual gestão.
Melhor assim. A tal linha de crédito tapava o sol com uma peneira. Ao invés de criar oportunidades de emprego e se comprometer com a geração de renda, o governo Bolsonaro optou por tomar um atalho, sem maiores preocupações com as consequências da manobra eleitoreira. Os riscos, no entanto, cabiam todos aos cidadãos.
Convém lembrar aos distraídos que sobre a contratação de um empréstimo sempre incidem juros, ainda que mínimos. Os eventuais beneficiários da esdrúxula linha de crédito aberta pela Caixa nas barbas da eleição, imperativo ter em mente, eram justamente cidadãos sem renda suficiente para a própria subsistência, dependentes de um auxílio exíguo, quase uma esmola. Ao comprometer o pouco assegurado em troca de quase nada, muitos homens e mulheres pendurados na corda bamba se enforcaram de vez.